Friday 22 July 2011

CAT Tools: Should we use them? / Ferramentas CAT: Devemos usá-los?

If Shakespeare was a translator today, of course his doubt would be “to CAT or not to CAT – that is the question”. This is because CAT (Computer Assisted Translation) tools have become all the rage among translators here. However, they do have their disadvantages and are not always useful. Here in Brazil, Trados and WordFast are the most popular.

As Rudavin [1:203] mentions, CAT tools solve the problem of repetition in text, saving the translator time – indeed, Said [2:136] adds that this feature alone is enough to justify the use of CAT tools, and Lorena Leandro [3] goes as far as saying that CAT tools are essential for a translator.

On the other hand, CAT tools are often overpraised as a marketing ploy by the companies that manufacture them. The general idea passed is that no-one can translate without them, but as Lamensdorf [4] says, “a CAT tool doesn’t translate on its own; all it does is remind a translator of how he/she translated any recurring word, expression or phrase. If that translator translates badly, the best CAT tool won’t help improve their output”.

Many people like myself prefer not to use CATs, and there are valid reasons for this. One point is that not all texts have repetitions, making CAT tools be of little or no use. Another point is that translation is often more than just translating words, having a cultural element to consider [5]. There is often the possibility of a word having two meanings: for example, in a legal translation PT>EN, the two meanings of “autor”, author and plaintiff, could coexist in one same text. So one should always bear in mind the words of Lamensdorf[4]: “A really competent translator would deliver the same translation quality using pen and paper. Maybe it would take longer (…) but the quality would be the same”.

Se Shakespeare fosse um tradutor nos dias de hoje, com certeza a sua dúvida seria “CAT ou não CAT, eis a questão”. Isso porque as ferramentas CAT (Tradução com o Auxílio do Computador, ou Computer Assisted Translation) se tornaram muito populares entre os tradutores por estas terras. No entanto, têm suas desvantagens e nem sempre são úteis. Aqui nas terras tupiniquins, os mais usados são Trados e WordFast.

Como fala Rudavin [1:203] as ferramentas CAT economizam tempo, solucionando o problema das repetições nos textos – de fato, Said [2:136] acrescenta que isso já justificaria o uso destas ferramentas, e Lorena Leandro [3] chega até a dizer que as ferramentas CAT são essenciais para um tradutor.

Por outro lado, as ferramentas CAT costumam ser supervalorizadas, como jogada de marketing das empresas que as produzem. A idéia geral que se passa é que ninguém consegue traduzir sem usar estas ferramentas, mas como bem diz Lamensdorf [4], “uma ferramenta CAT não traduz, apenas lembra ao tradutor como uma palavra, expressão ou frase que se repete foi traduzida anteriormente. Se o tradutor traduz mal, a melhor ferramenta CAT não ajudará a melhorar a produção”.

Muitas pessoas como eu preferem não usar as ferramentas CAT, e há bons motivos para isso. Um ponto é que alguns textos tem pouca ou nenhuma repetição, fazendo com que as ferramentas CAT tenham pouca ou nenhuma utilidade. Outro ponto é que a tradução muitas vezes não é apenas a versão das palavras, havendo aspectos culturais a considerar [5]. Há ainda a possibilidade de dois sentidos de uma mesma palavra coexistir num dado texto: por exemplo, numa versão jurídica PT>EN, os dois significados de “autor”, “author” (que escreve um livro) e “plaintiff” (que move uma ação) podem existir lado a lado no mesmo texto. Assim, deve se lembrar sempre das palavras de Lamensdorf [4]: “Um tradutor realmente competente poderia produzir a mesma qualidade com papel e caneta. Talvez levaria mais tempo (…) mas a qualidade seria a mesma”.

[1] RUDAVIN, Oleg - Internet Freelancing: Practical Guide for Translators. Kharkov, Ukraine: Torsing Plus, 2008

[2] SAID, Fábio M. – Fidus Interpres: A Prática da Tradução Profissional, São Paulo, 2011

[3] LEANDRO, Lorena – “O Começo do Começo”. At: www.aoprincipiante.wordpress.com/2011/07/04/o_comeco_do_comeco. Accessed: 21 July 2011, 22:33 hours

[4] LAMENSDORF, José Henrique – “Ten ways to save money on translation”. At: www.lamensdorf.com.br. Accessed: 11 July 2011, 20:02 hours

[5] JAMES, Kate – “Cultural implications for translation”. At: http://www.proz.com/doc/256. Accessed: 13 July 2011, 16:09 hours